A menos de dois meses das eleições autárquicas, os cabeças-de-lista às diferentes Câmaras da região parecem estar rendidos às redes sociais na Internet e a campanha promete fazer-se também na “web”, à semelhança do que acontece um pouco por todo o país. Na capital de distrito, os candidatos não descuram uma estratégia de marketing no ciberespaço.
Em matéria de redes sociais, o socialista Joaquim Valente vai na frente, pelo menos para já: está no Twitter, Facebook, Hi5, Myspace, Youtube e criou até uma própria, associada ao “site” da candidatura. A página “online” (www.joaquimvalente.com) é, de resto, a base de toda a estratégia do candidato socialista – que se inspira na da equipa de Barack Obama para as eleições presidenciais norte-americanas –, onde o visitante é informado de que a candidatura está nas diferentes redes sociais. É no próprio site que surge a rede social criada pela candidatura do actual presidente do município guardense, que na última terça-feira contabilizava 169 membros. Tem todas as funcionalidades usuais deste tipo de redes, desde o conceito de “amigo” à nota sobre os aniversariantes do dia. «Estrategicamente, “Em nome da Guarda” é uma rede única que se desmultiplica em várias plataformas tecnológicas», explica Joaquim Valente, para quem é importante aproveitar «as vantagens inerentes em termos de aproximação das pessoas e melhor transmissão da mensagem» que este tipo de meios proporcionam.
Todas as movimentações no “website”, como uma simples actualização da agenda ou um comentário de um apoiante deixado a outro, são reportadas no Twitter – a célere ferramenta de divulgação dos conteúdos das páginas online. Joaquim Valente tinha, na passada terça-feira à tarde, quase 200 “tweets” (mensagens com caixa de texto inferior a 140 caracteres), 65 seguidores e acompanhava 49 pessoas. No Facebook e Hi5, onde não faltam referências aos gostos musicais e cinematográficos do candidato, contabilizava 144 e uns 40 amigos, respectivamente. No Youtube estão os vídeos que se encontram no site e no Myspace há “links” para este canal e ainda para o “website” e para o Twitter. Ao referir que se trata de «mais um veículo de informação», Joaquim Valente afirma que estas ferramentas «são demasiado fáceis para resistir à tentação de não as usar». Como há quem só utilize uma rede social e cada uma tem um público específico, optou por estar em várias: «Depressa percebemos que, em política, não devemos fazer uma triagem das redes sociais», alega.
Crespo de Carvalho só dinamiza redes em Setembro
Com bem menos popularidade e actividade estão as ferramentas online utilizadas pelo principal opositor de Joaquim Valente nas próximas autárquicas. O independente Crespo de Carvalho, que lidera a candidatura do PSD à Câmara da Guarda, também está no Twitter e no Facebook (procurar por “a guarda quer”, o slogan da campanha), para além de um espaço na blogosfera (aguardaquer.blogspot.com) – onde tem alguns vídeos e fotografias. Ainda não há “website”, ferramenta que deixou para o fim da lista das prioridades na sua estratégia na Internet. Actualmente, Crespo de Carvalho tem 26 amigos no Facebook, num perfil mais formal e sem referências a gostos pessoais, e só ainda deixou três “tweets”, o último datado do final do mês passado. Não segue ninguém e tem só três seguidores. «Optei pela estratégia de não “agredir” as pessoas com as redes sociais neste mês de Agosto, que é de férias», justifica o candidato, que promete dinamismo junto dos cibernautas no início de Setembro.
A sua estratégia na Internet «está definida e no terreno», acrescenta o empresário, que assegura que está «para breve» a página online. «Há um tempo para tudo», diz. «A participação cívica» que estes instrumentos possibilitam e a utilização de meios «interactivos e dinâmicos» para «chegar a públicos diferentes» são aspectos focados pelo candidato. «Não devemos governar para as pessoas, mas sim com as pessoas», realça. Para já, o seu principal meio de comunicação são os “posts” do blogue – que esteve em destaque na transmissão em directo da inauguração da sede de campanha, seguida por cerca de 300 cibernautas, segundo os dados da candidatura. Já a CDU, CDS-PP e BE ainda não têm toda a estratégia de marketing da Internet no terreno. Dizem que a estão a montar. Adivinha-se, por isso, um início de Setembro pródigo no surgimento de mais candidaturas nas redes sociais. Até agora, os candidatos contam com os “sites” oficiais das campanhas ou com a blogosfera. Honorato Robalo, candidato pela CDU, aponta para www.cduguarda2009.blogspot.com, um blogue que o próprio concebeu, e ainda para um outro, pessoal, que dinamiza desde 2007 (oututbrosemprepresente.blogspot.com).
No BE, Jorge Noutel há muito que é blogger e que está nas redes sociais, mas a título pessoal. Em relação à candidatura, há, de momento, um site (guarda.bloco.org). As redes sociais são «uma excelente auto-estrada para veicular informação», pelo que há uma equipa a tratar da estratégia do candidato, esclarece. Quanto ao CDS-PP, a candidatura de Cláudia Teixeira está no recém-criado fdefuturo.blogspot.com, lançado na semana passada. As redes sociais fazem parte dos planos da candidatura e esta é «uma tarefa que está a cargo da jota [Juventude Popular]», diz Cláudia Teixeira.
De que serve tanta modernidade? Será que os candidatos utilizam as ferramentas? Será que, sem assistentes, conseguem entrar nalguma rede social? E até agora, já tinham alguma vez entrado numa rede social? Já escreviam em blogs ou no twitter? Valente está em seis? Mas só agora. Se ele nem na Guarda nunca está, até porque lhe rende mais (em ajudas de custo e despesas de representação) andar por outros lados, vai agora, o próprio participar em redes sociais? Ou é só para o show off e feira de vaidades habitual? Tenham juízo e um bocadinho de vergonha na cara, e não queiram parecer modernos,`«à Obama». Não sejam ridiculos!
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